Para especialistas em ensino, as possibilidades que os diversos apetrechos tecnológicos possibilitam para a vida dos alunos pedem mais que a simples inclusão de novos aparelhos no ambiente de aprendizagem, mas exige uma própria transformação da escola, que atende crianças e adolescentes da geração digital, mas segue métodos de ensino analógicos.
Para a professora Maria Auxiliadora Padilha, um dos problemas centrais é o distanciamento do aluno em relação ao ambiente escolar. A vida em sociedade está completamente modificada em função dos avanços tecnológicos, mas tais mudanças não são vistas na escola, o que faz com que os alunos se afastam dela.
O professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Meira, defende que o educador deve conhecer as possibilidades de aprendizagem nos novos meios e desafiar o estudante a aprender com elas, sabendo os limites de conhecimento que esse artefato pode produzir.
Destaca ainda que para a utilização adequada e produtiva dos meios, é fundamental que a escola compreenda o que o aluno faz na rede para fazer um uso pedagógico desses espaços. Por exemplo, utilizar o celular como um meio para se ensinar história ou matemática. Utilizar o twitter no português, na ciência ou na geografia. Agora, os educadores precisariam de mais tempo e espaço para aprender a lidar com as tecnologias e incluí-las em seus planejamentos. Se o currículo fosse mais flexível isso seria possível e com certeza os resultados poderiam ser melhores e mais produtivos, tanto para a escola quanto para educadores e educandos.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)